Ao desembarcar no pequeno país de pouco mais de 9 milhões de pessoas, o sinal das companhias de telefônicas com os dizeres “bem-vindo ao Caribe” não retrata em nada o cenário de devastação que tomou conta da pequena ilha do Haiti um ano depois do terremoto que a assolou em 12 de janeiro de 2010.
No aeroporto internacional Toussaint L’Ouverture, os escombros ainda mancham a paisagem empoeirada. Mais de 20 milhões de metros cúbicos de restos de construção – volume suficiente para encher 8 mil piscinas olímpicas – disputam espaços com dejetos, porcos e uma população maltrapilha de 1,5 milhão de desabrigados e desalojados.
Um ano depois da pior tragédia natural registrada pelas Nações Unidas desde sua fundação, em 1945 – e que matou acima de 222 mil haitianos e estrangeiros – o Haiti permanece sob instabilidade política, sem nenhum tipo de instituição sólida e refém de ações humanitárias de organizações não-governamentais, doações sem regularidade e de soldados de uma entidade – a Missão das Nações Unidas para Estabilização do Haiti (Minustah) – criada em 2004 para lhe tentar colocar rédeas.
Aqui todas as páginas que fiz - nesse scrap não muito feliz - sobre a minha segunda viagem ao Haiti, em janeiro deste ano.